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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Fisiologia da gestação.

Oi gente.

Hoje o post vai ser um pouco diferente, a pedido da minha amiga Deise, resolvi unir fisiologia com a gestação para se preparando para o próximo semestre.


RECONHECIMENTO MATERNO DA GESTAÇÃO
O blastocisto antes de se implantar no endométrio, secreta substâncias que prolongam a vida do corpo lúteo. O tempo que isso ocorre é  chamado de reconhecimento materno da gestação.
Em ruminantes o trofoblasto do concepto em desenvolvimento bloqueia a regressão luteal através da produção de interferons. Existe também a produção de Proteína B pela placenta, o que indica a fêmea que existe um concepto.
Em suínos a produção de estógenos pelo blastocisto é um dos sinais reguladores do período de reconhecimento materno da gestação seguidos posteriormente pelos interferons.

HORMÔNIOS MATERNOS

Após a fecundação e implantação do embrião os ovários produzem determinados hormônios que permitem que a gestação continue.
Depois de um determinado período o corpo lúteo regride, em cadelas ele se mantém durante toda a gestação. Em éguas existe desenvolvimento folicular mesmo na gestação (formação de CL acessórios).

HORMÔNIOS NA GESTAÇÃO

Descrição: http://www.mcguido.vet.br/BD15057_.GIF

ESTRÓGENOS

Após o estro os estrógenos diminuem até a metade do ciclo, embora continuem a ser secretados em quantidades menores.
Durante a gestação esta secreção tende a aumentar atingindo um pico entre a metade e o final (égua e cadela) ou no final da gestação (outras espécies).
Produzido principalmente pela placenta.
Ação no aparelho reprodutivo:
  • Multiplicação das células epiteliais uterinas.
  • Hipertrofia das células da musculatura lisa uterina.
  • Síntese de proteínas relacionadas com a contração (actina e miosina).
  • Síntese de DNA e RNA, relacionados com síntese proteica.
  • Deposição de glicogênio nas células da musculatura lisa uterina (permitem a contração da musculatura junto com Ca).
  • Síntese de colágeno
  • Atuam como pré-requisito para ação de outros hormônios (produção de receptores).
  • Preparo do endométrio para ação da progesterona.
  • Preparo da Glândula mamária para ação da progesterona e prolactina.
  • Preparo da sínfise púbica para a ação da relaxina.

 

Descrição: http://www.mcguido.vet.br/BD15057_.GIF

PROGESTERONA

A progesterona alcança picos em períodos diferentes nas espécies domésticas (antes da metade da gestação somente a cabra, ovelha e cadela).
Ações sobre o útero previamente sensibilizado pelo estrógeno:
Alteração das glândulas endometriais(saculações e senuosidades favorecendo as secreções , nutrição do embrião)
Bloqueio progestacional: queiscência uterina (bloqueio dos canais de Ca, impedindo as contrações uterinas).
Ação na Glândula mamária (ácinos e ductos)
Descrição: http://www.mcguido.vet.br/BD15057_.GIF

RELAXINA

Sintetizada pelo CL e Placenta na maioria das espécies.
Apresenta picos variáveis na metade final da gestação.
Ações no aparelho reprodutivo:
  • Tornar maleável o ligamento da sínfise púbica, ampliando o canal do parto.
  • Atua na cérvix – facilitando sua abertura.
  • Atua no útero – inibindo a contração (inibe ocitocina).
  • Atua na glândula mamária – inibindo a lactação.

HORMÔNIOS PRODUZIDOS PELA HIPÓFISE MATERNA NA GESTAÇÃO

     I.        Hipófise anterior
FSH – (Hormônio folículo estimulante)
Sua secreção é mantida durante a gestação – atuação ainda desconhecida nesta fase.
LH  - (Hormônio Luteinizante)
Embora apresente picos, sua presença é constante mantendo o CL, exceto em éguas onde a regressão dessa estrutura é precoce. Nesta espécie o ECG tem ação luteinizante.
PROLACTINA
É luteotrófica, tem importância maior que o LH da metade para o fim da gestação, atua na lactação.
   II.        Hipófise posterior
Ocitocina
 Produzida no hipotálamo e armazenada na hipófise.
Atua na liberação do estímulo neuronal com ação na contração uterina e alvéolos mamários.
Apresenta meia vida curta (até 24 horas durante o parto), depende de receptores produzidos pelos estrógenos.
A ocitocina é isolada de CL bovino, ovino e humano, com aparente ação luteolítica (síntese de PG e lise do CL)

MUDANÇAS NOS ÓRGÃOS REPRODUTIVOS

VAGINA E VULVA

Durante a metade final da gestação – vulva torna-se altamente edemaciada e vascularizada.
Durante a gestação – mucosa vaginal é pálida e seca, no final da gestação torna-se edemaciada e friável.

CÉRVIX

Durante a gestação – orifício externo ocluído, presença de muco altamente viscoso no canal cervical. Final da gestação liquefação e descarga do muco imediatamente antes do parto.

ÚTERO

Durante a gestação – CL persistente – suspensão do estro, algumas vacas podem demonstrar cio durante o início da gestação. Em éguas – desenvolvimento de folículos (10-15) entre 35 e 150 dias de gestação.
Tanto o CL principal quanto os acessórios regridem por volta do 7º mês.

LIGAMENTOS PÉLVICOS

Relaxamento ocorre durante a gestação, sendo mais acentuado próximo ao parto.
É mais notado em vacas e ovelhas do que em éguas.Está relacionado a ação da relaxina e de altos níveis de estrógeno no fim da gestação.

SECREÇÕES UTERINAS

O útero sob ação de estrógeno e progesterona estimula secreções glandulares para a nutrição do embrião, o chamado “leite uterino”, rico em proteínas e gordura (importante p/ égua e porca).

GLÂNDULAS MAMÁRIAS

Estrógeno – desenvolvimento do tecido mamário.
Progesterona – desenvolvimento de ductos e ácinos.
Prolactina – inicia a lactação.

PLACENTA OU UNIDADE FETO PLACENTÁRIA

A placenta é um  órgão endócrino muito importante para manutenção da gestação.
HORMÔNIOS PRODUZIDOS PELA PLACENTA

·         Estrógenos e Progesterona

Utiliza-se de colesterol materno , pois não possui sistema enzimático, produzindo progesterona com a finalidade de manutenção da gestação e andrógenos fetais (testosterona e seus metabólitos).

·         hCG( Gonadotrofina Coriônica Humana)

Ação luteotrófica (semelhante ao LH), mantém o CL em primatas

·         eCG/PMSG (Gonadotrofima Coriônica Equina/Gonadotrofina Sérica de Égua Prenhe)

Ação semelhante ao FSH, estimula a formação de CL acessórios em égua, é produzido nas células do cálice endometrial por volta dos 40 dias de gestação.

·         LP (Lactogênio Placentário)

Regula o transporte de nutrientes da fêmea para o feto. Manutenção de CL em humanos (Primatas, ratos, ovelhas, bovinos)

·         Relaxina

Parece possuir ação luteotrófica. (felinos, primatas, eqüinos, coelhos  suínos),

·         Proteína B da gestação

Reconhecimento materno da gestação.
Glicoproteínas e polipeptídeos foram isolados da unidade feto placentária. Apesar de não apresentarem atividade hormonal, induzem a resposta hormonal e estão relacionadas com várias funções como: diagnóstico de gestação e reconhecimento materno da gestação.

FATORES QUE INFLUENCIAM A DURAÇÃO  DA GESTAÇÃO

Raça: as puras apresentam tempo maior de gestação.
Sexo do Feto: Machos apresentam tempo maior de gestação (nas espécies monotócicas).
Gemelaridade: menor tempo de gestação nas grandes espécies (distensão do útero e produção de corticóides).
Idade da mãe: fêmeas mais velhas apresentam maior tempo de gestação ( talvez por diferenças metabólicas e hormonais).
Tamanho e número de fetos: quanto maior o número de fetos menor o tempo de gestação.
Estação do ano: maior quantidade de alimento, menor tempo de gestação.

FATORES QUE PODEM ABREVIAR A GESTAÇÃO

Gestação gemelar (fêmeas monotócicas).
Estresse ( Liberação de cortisol que inicia o trabalho de parto).
Regressão precoce do CL (dependendo da espécie).
Medicamentos como corticosteróides, prostaglandinas e estrógenos ou desequilíbrio nas proporções entre hormônios estrogênicos e progestacionais.Traumatismos.

FATORES QUE PODEM PROLONGAR A GESTAÇÃO

Deficiências nutricionais
Fatores genéticos (híbridos e fetos homozigotos para recessivos autossômicos – hipoplasia da adrenal)
Medicamentos como:
·         Progestágenos.
Aumento –Ex: anticoncepcionais em fêmeas prenhes
·         Andrógenos.
Causam masculinização de fetos do sexo feminino – podem se transformar em progestágenos
·         Inibidores de Prostaglandina.
Usados com antiinflamatórios. PG – importante para o início do trbalho de parto.
Alterações fetais
Hipófise (anencefalia e hipoplasia de hipófise)
Adrenal ( aplasia e hipoplasia)

FORMAS ESPECIAIS DE GESTAÇÃO

SUPERFECUNDAÇÃO.
Fêmeas com estro prolongado que são cobertas por um ou vários machos (ninhadas maiores do que o previsto para a raça)
SUPERFETAÇÃO.
Animal com estro e cobertura durante a gestação. Pode ocorrer em eqüinos suínos e felinos.
GESTAÇÃO MÚLTIPLA PATOLÓGICA.
Ocorre em fêmeas monotócicas.
GESTAÇÃO EXTRA UTERINA OU ECTÓPICA
Pode ser ovárica, tubárica(comum em humanos), abdominal (peritonial).
Geralmente é inviável e extremamente rara em animais.


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