Prejuízos com a seca e o temor com a aftosa.
Duas notícias impactaram de forma negativa na agricultura do Paraná, trazendo preocupação ao governo e aos produtores. No início da semana, a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) confirmou novo foco da febre aftosa em uma propriedade no departamento de San Pedro, no Paraguai. A outra é a quebra da safra de verão. Em todo Estado, a Secretaria de Agricultura reporta prejuízos de R$1,52 bilhão. A perda na região Sul (Ponta Grossa) é de aproximadamente R$ 275 milhões.
As autoridades brasileiras, assim como as do Paraná, devem impor, como medida inicial, restrições ao comércio de carne bovina, além da entrada de animais do Paraguai. A medida é preventiva, sobretudo pela necessidade de proteger o próprio gado nacional. A fiscalização na fronteira deve, obrigatoriamente, ser reforçada. O certo é exercer poder de polícia em toda a faixa de divisa. Outra preocupação é que os preços da carne bovina devem cair no país vizinho, e isso pode ser um atrativo. Mas o perigo de contaminação é muito grande e precisa ser evitado.
Efetivamente existe motivo de preocupação. O novo foco de febre aftosa no Paraguai é o segundo registro em menos de seis meses. Em setembro, cerca de 820 cabeças de gado foram sacrificadas em San Pedro. A região fica a cerca de 230 quilômetros de Guaíra e a 130 quilômetros do Mato Grosso do Sul. No caso atual, os números preliminares indicam 131 animais suspeitos e 15 com contágio confirmado.
Reforça-se a importância da sintonia das ações entre o governo federal e os estados que fazem fronteira com o Paraguai para impedir a entrada do vírus de febre aftosa. Outra importante medida é a criação de coordenadorias regionais de defesa e investir na qualificação pessoal com cursos e contratações.
Tanto a estiagem, como a aftosa, causam grande temor e já deixam em dúvida se efetivamente 2012 será um bom ano para quem produz alimentos.
As autoridades brasileiras, assim como as do Paraná, devem impor, como medida inicial, restrições ao comércio de carne bovina, além da entrada de animais do Paraguai. A medida é preventiva, sobretudo pela necessidade de proteger o próprio gado nacional. A fiscalização na fronteira deve, obrigatoriamente, ser reforçada. O certo é exercer poder de polícia em toda a faixa de divisa. Outra preocupação é que os preços da carne bovina devem cair no país vizinho, e isso pode ser um atrativo. Mas o perigo de contaminação é muito grande e precisa ser evitado.
Efetivamente existe motivo de preocupação. O novo foco de febre aftosa no Paraguai é o segundo registro em menos de seis meses. Em setembro, cerca de 820 cabeças de gado foram sacrificadas em San Pedro. A região fica a cerca de 230 quilômetros de Guaíra e a 130 quilômetros do Mato Grosso do Sul. No caso atual, os números preliminares indicam 131 animais suspeitos e 15 com contágio confirmado.
Reforça-se a importância da sintonia das ações entre o governo federal e os estados que fazem fronteira com o Paraguai para impedir a entrada do vírus de febre aftosa. Outra importante medida é a criação de coordenadorias regionais de defesa e investir na qualificação pessoal com cursos e contratações.
Tanto a estiagem, como a aftosa, causam grande temor e já deixam em dúvida se efetivamente 2012 será um bom ano para quem produz alimentos.
Agora vamos entender a febre aftosa:
A doença é produzida pelo menos por seis tipos de vírus, classificados como A,O,C,SAT-1,SAT-2 e SAT-3, sendo que os três últimos foram isolados na África e os demais apresentam ampla disseminação. Não há transmissores de aftosa, o vírus é vinculado pelo ar, pela água e alimentos, apesar de ser sensível ao calor e a luz.
A imunidade contra um deles não protege contra os outros. Além disso, constataram-se alguns subtipos dos vírus citados, com a particularidade de que uns causam ataques mais graves que outros e alguns se propagam mais facilmente. Esta complexidade, apresenta um aspecto muito desfavorável, pois um animal atacado por um tipo de vírus, embora ofereça resistência ao mesmo, é ainda suscetível aos outros tipos e subtipos.
PREJUÍZOS CAUSADOS - A gravidade da aftosa não decorre das mortes que ocasiona, mas principalmente dos prejuízos econômicos, atingindo todos os pecuaristas, desde os pequenos até os grandes produtores. Causa em conseqüência da febre e da perda de apetite, sob as formas de quebra da produção leiteira, perda de peso, crescimento retardado e menor eficiência reprodutiva. Pode levar à morte, principalmente os animais jovens; As propriedades que têm animais doentes são interditadas; A exportação da carne e dos produtos derivados torna-se difícil; Provoca aborto e infertilidade; Os animais doentes podem adquirir com maior facilidade outras doenças, devido à sua fraqueza.
TRANSMISSÃO - A febre aftosa é uma doença extremamente infecciosa. O Vírus se isola em grandes concentrações no líquido das vesículas que se formam na mucosa da língua e nos tecidos moles em torno das unhas. O sangue contém grandes quantidades de vírus durante as fases iniciais da enfermidade, quando o animal é muito contagioso.
Quando as vesículas arrebentam, o vírus passa à saliva e com a baba infecta os alojamentos, os pastos e as estradas onde passa o animal doente. Resiste durante meses em carcaças congeladas, principalmente na medula óssea. Dura muito tempo na erva dos pastos e na forragem ensilada. Persiste por tempo prolongado na farinha de ossos, nos couros e nos fardos de feno.
Outras vezes o contágio é indireto e, nesse caso, o vírus é transportado através de alimentos, água, ar e pássaros. Também as pessoas que cuidam dos animais doentes levam em suas mãos, na roupa ou nos calçados, o vírus, o qual é capaz de contaminar animais sadios. Nos animais infectados naturalmente, o período de incubação, varia de dezoito horas e três semanas.
SINTOMAS - A elevação da temperatura e a diminuição do apetite são os primeiros indícios da infecção. O vírus ataca a boca, língua, estômago, intestinos, pele em torno das unhas e na coroa. No inicio, febre com papulas que se transformam em pústulas, em vesículas, que se rompem e dão aftas na língua, lábios, gengivas e entre os cascos, o animal baba muito e tem dificuldade de se alimentar. Devido às lesões entre os cascos, o animal tem dificuldade de se locomover. Nos dois primeiros dias a infecção progride pelo sangue produzindo febre; depois aparecem as vesículas na boca e no pé. Também surgem nas tetas. Então a febre desaparece, porém, a produção de leite cai e a manqueira aparece, bem como a mamite com todas as suas graves conseqüências.
As vesículas se rompem e libertam um líquido transparente ou turvo; aftas, que aparecem após 24 a 48 horas, resultantes são dolorosas e podem sofre infecção secundária. A secreção de saliva aumenta e fios de baba começam a cair da boca. O animal mastiga produzindo ruído caracterizado, ao abrir a boca, chamado "beijo da aftosa". Nos ovinos e caprinos, as lesões das patas são características, enquanto que as da boca podem ser pequenas e passarem desapercebidas. Os surtos de aftosa surgem repentinamente e com muita freqüência; todos os animais suscetíveis do rebanho apresentam os sintomas praticamente ao mesmo tempo. A intensidade da doença é muito variável. Na forma leve, as perdas podem alcançar uns 3%, enquanto que nas graves alcançam 30 a 50%, porém, em média, a mortalidade é baixa nos adultos e elevada nos jovens , principalmente os em aleitamento, porque as mães não os deixam mamar. Os animais que sobrevivem, se recuperam dentro de vinte duas porém, às vezes, a recuperação é bastante demorada; alguns animais com lesões cardíacas são irrecuperáveis, bem como as perdas de tetas.
PROFILAXIA E CUIDADOS -
- Nos países livres de febre aftosa o método geralmente empregado consiste no sacrifício dos animais doentes e suspeitos, destruição dos cadáveres e indenização dos proprietários.
- Vacinação regular do gado de 6 em 6 meses a partir do 3º mês de idade ou quando o Médico Veterinário recomendar.
- Os animais que receberam a primeira dose de vacina, deverão ser revacinados 90 dias após a primeira vacinação.
- Suspeitando da existência da doença em sua propriedade ou na de vizinhos, avise imediatamente o Médico Veterinário.
- Confirmada a doença, isole os animais doentes, proíba a entrada e saída de veículos, pessoas e animais, instale pedilúvios com desinfetantes e siga as orientações do Médico Veterinário.
- Quando comprar animais, exija que os mesmos estejam vacinados.
- Só faça o transporte com atestado de vacinação.
- As vacas prenhes devem ser vacinadas a fim de que elas possam proteger o bezerro através do colostro.
- A vacinação não causa aborto nos animais. Cuidados especiais devem ser tomados no manejo das vacas prenhes, pois é o mau manejo que poderá causar aborto e nunca a vacina.
- Exija sempre que o revendedor acondicione bem e faça o transporte correto das vacinas.
- Animais vindos de outras propriedades devem ser isolados, vacinados e observados por um período mínimo de 15 dias, antes de serem misturados com os outros animais da propriedade.
- Nos recintos de exposições, feiras e remates, devem ser adotadas rígidas medidas de higiene e desinfecção, e se a situação exigir, as autoridades sanitárias podem suspender os referidos eventos.
- É muito importante o pecuarista conhecer bem a Febre Aftosa, para que ao aparecer a doença em animais de seu rebanho, ele esteja capacitado para adotar medidas sanitárias, visando ao seu controle.
- Siga corretamente as orientações do Médico Veterinário. É importante o contato freqüente com o Médico Veterinário, o qual estará sempre pronto a prestar os esclarecimentos necessários.VACINAÇÃO - No Brasil, o processo mais aconselhável é a vacinação periódica dos rebanhos, assim como a vacinação de todos os bovinos antes de qualquer viagem. Em geral a vacina contra a febre aftosa é aplicada, de 6 em 6 meses, a partir do 3º mês de idade. A vacinação contra a Febre Aftosa no Estado de São Paulo deve ser feita nos meses de MARÇO E SETEMBRO. Na aplicação devem ser obedecidas as recomendações do fabricante em relação à dosagem, tempo de validade, método de conservação e outros pormenores.
CUIDADOS COM A VACINA - Antes da aplicação devem ser obedecidas as recomendações do fabricante e alguns cuidados devem ser rigorosamente observados, tais como: - Conservação Adequada das Vacinas;
- As vacinas devem ser conservadas na temperatura entre 2 e 6 graus centígrados, em geladeiras domésticas ou em caixas térmicas com gelo;
- É muito importante a conservação, pois tanto o congelamento quanto o calor inutilizam a eficiência da vacina;
- O transporte das vacinas do revendedor até a propriedade deve ser sempre feito em caixas térmicas com gelo;
- A dose a ser aplicada em cada animal deve ser aquela indicada no rótulo da vacina. Uma dosagem menor do que a indicada pelo fabricante não vai oferecer aos animais a proteção desejada;
- Não devem ser utilizadas agulhas muito grossas, pois a vacina pode escorrer pelo orifício deixado no couro do animal pela agulha e em conseqüência, diminuir a quantidade de vacina aplicada;
- A vacina deve ser aplicada embaixo da pele;
- Os animais sadios deverão ser sempre vacinados, pois os doentes ou mal-alimentados, não respondem bem à vacinação e, nesses casos, é conveniente procurar orientação com o Médico Veterinário.
- Os efeitos da vacina somente aparecem depois de 14 a 21 dias de sua aplicação. Se os animais apresentarem a doença antes desse prazo, é sinal que já estavam com a doença quando foram vacinados, mas ainda não tinham manifestado seus sintomas.TRATAMENTO - Em casos especiais pode ser empregado o soro de animais hiper-imunizados. São úteis as seguintes medidas coadjuvantes:
- desinfecção dos alojamentos com soda cáustica a 4% no leite de cal de caiação;
- fervura ou pasteurização do leite destinado à alimentação animal ou humana;
- uso de pedilúvios na entrada dos currais e estábulos;
- alojamentos limpos e ventilados;
- fornecimento aos animais de alimentos de fácil mastigação;
- lavagem da boca com soluções adstringentes e anti-sépticas;
- tratamento das feridas dos cascos e das tetas;
- administração de tônicos cardíacos, em certos casos de muita fraqueza.
Até o próximo post.
Beijos
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